sindeesmat_beneficio2_postQuando o assunto é a segurança do trabalhador, o Brasil não tem motivos para se orgulhar. De acordo com a Organização Internacional do Trabalho (OIT), somos o quarto país com mais acidentes de trabalho no mundo, atrás apenas da China, dos Estados Unidos e da Rússia.

Um levantamento da OIT identificou que um acidente de trabalho é registrado no Brasil a cada 48 segundos. Além disso, dados do Observatório Digital de Saúde e Segurança do Trabalho do Ministério Público do Trabalho (MPT) revelam que, de 2012 a 2018, um trabalhador brasileiro morreu durante o expediente a cada 3 horas e 38 minutos.

Especialistas e pesquisadores alertam, ainda, que a realidade pode ser ainda mais trágica do que a expressa pelos números. Isso porque há uma grande subnotificação dos acidentes de trabalho no Brasil.

Algumas empresas simplesmente deixam de emitir a Comunicação de Acidente de Trabalho (CAT) ao Instituto Nacional de Seguro Social (INSS), gerando uma lacuna nos números. Além disso, os acidentes que envolvem trabalhadores informais não são contabilizados, visto que ele não possui vínculo empregatício.

Ausência de fiscalização

Existe uma categoria de servidores públicos contratada unicamente para fiscalizar as condições de trabalho nas empresas: os auditores-fiscais do trabalho. O problema é que, com o passar dos anos, o Poder Público negligenciou a contratação desses profissionais.

O resultado é que, em 2018, o número de auditores-fiscais do trabalho era o menor em 20 anos no Brasil. Uma das consequências desse descaso é o crescente número de acidentes de trabalho no país.

Para o presidente do Sindeesmat, Agisberto Rodrigues Ferreira Júnior, os números refletem o descaso das empresas e do Poder Público com a integridade dos trabalhadores.

“As irregularidades são muitas e podem ser facilmente identificadas. O problema é que, de um lado, os patrões ignoram a lei e as normas de segurança. Do outro, o Governo não realiza uma fiscalização adequada das condições de trabalho. Quem sofre é o lado mais fraco: o trabalhador. Esse cenário precisa acabar”, critica.

Fonte: Sindeesmat