materia-dia-mulher-sindeesmatA luta das mulheres por maior reconhecimento e mais direitos em nossa sociedade tem se fortalecido desde o fim do século 19. Com a chegada do Dia Internacional da Mulher, é hora de reforçar ainda mais essas lutas, para buscarmos uma sociedade mais igualitária e justa para todos.

Desde o início do movimento feminista, as mulheres conquistaram importantes direitos, como o voto, maior participação política e mais direitos trabalhistas. Mas, ainda hoje, as trabalhadoras enfrentam dificuldades e preconceito em seus locais de trabalho.

No setor do transporte de passageiros não é diferente. Com participação de apenas cerca de 20% nas empresas, as mulheres ainda sofrem com o preconceito, a discriminação e o assédio.

Nesse setor, as mulheres têm maior participação nas atividades administrativas, mas, ainda assim, enfrentam dificuldades para assumir cargos altos. Já na área de manutenção e tráfego, por exemplo, são raras as mulheres que conseguem um posto de trabalho.

“Para uma mulher trabalhar em empresa de ônibus é muito difícil. Na maioria das vezes, o trabalho que elas fazem é grande, mas não é reconhecido. Na área de transporte, todos têm responsabilidades sobre a vida dos passageiros, mas as mulheres são desvalorizadas nesse processo”, afirma a primeira secretária do Sindicato dos Empregados em Escritório e Manutenção nas Empresas de Transportes de Passageiros de Curitiba e Região Metropolitana (Sindeesmat), Márcia Cristina M. Nunes.

Além do preconceito, o assédio moral e sexual é um dos principais problemas enfrentados pelas mulheres nas empresas de transporte coletivo.

“Muitas vezes, a mulher é vista como um produto. Quando entra uma trabalhadora nova na empresa, ela já vira alvo de comentários e brincadeirinhas; quando conversa com outro funcionário, fica mal falada; dependendo da roupa que usa, é assediada. Infelizmente, o assédio é um problema presente na maioria das empresas”, conta Márcia.

DIVISÃO DESIGUAL

Outra dificuldade enfrentada pelas trabalhadoras é a dupla jornada. Em geral, mesmo após o fim de sua jornada de trabalho, a mulher ainda tem diversas atividades para cumprir, tanto domésticas quanto com a família, que muitos homens não assumem.

Como as responsabilidades familiares não são compartilhadas, a igualdade no trabalho fica ainda mais difícil.

“O homem tem que ser marido, ser responsável, dividir as tarefas e ser participativo. Isso nos ajuda no trabalho e até na nossa autoestima. Dividindo as tarefas, ninguém fica muito cansado”, destaca a atendente de transporte especial da Viação Marechal Leoni da Rosa de Aquino.

LUTAS PELAS MULHERES

O Sindeesmat sempre defendeu e lutou pelas pautas das trabalhadoras, mas, desde que se filiou à Central Única dos Trabalhadores do Paraná (CUT-PR), esse movimento foi intensificado.

Entre as pautas mais amplas de luta estão a defesa da ampliação de creches públicas para as trabalhadoras, o avanço na legislação para conquistar a licença compartilhada por um ano, e o combate ao assédio moral e sexual.

“As políticas inclusivas ajudam com que essa mudança social aconteça mais rapidamente, e que não fiquemos esperando que todas as mulheres se conscientizem, se libertem e exijam seu espaço”, esclarece a secretária das mulheres trabalhadoras da CUT-PR, Anacélie Azevedo.

Para o Sindeesmat, a maior participação das mulheres no sindicato e nas atividades da entidade é fundamental para fortalecer a luta pelos direitos e mudar a realidade que temos hoje.

Fonte: Sindeesmat