A taxa de desemprego nas seis principais regiões metropolitanas do País avançou para 7,6% em janeiro, acima dos 6,9% verificados em dezembro do ano passado, informou ontem o IBGE. Trata-se da maior taxa para o mês desde 2009, quando foi de 8,2%. Na comparação com o mesmo mês do ano passado (5,3%), o índice teve um incremento de 2,3 pontos percentuais. O resultado veio melhor que as expectativas de economistas e instituições financeiras ouvidos pela agência internacional “Bloomberg”. O centro das expectativas da taxa de desemprego era de 8% no mês passado. O aumento de desempregados era esperado, e não só por causa da crise econômica. 

Normalmente, a taxa cresce no mês por causa da dispensa dos trabalhadores temporários contratados no final do ano. O número de pessoas ocupadas teve queda de 1% de dezembro para janeiro. Isso representou 230 mil pessoas a menos nesse intervalo. Frente ao mesmo período do ano passado, a queda foi de 2,7%. Ao mesmo tempo, o mercado continuou pressionado pela maior procura por trabalho. A população desocupada (desempregada) cresceu em 8,4% frente a dezembro, 146 mil pessoas a mais. Em um ano, o aumento foi de 42,7%. Um dos motivos para o aumento da procura por emprego é a queda da renda e aumento do custo de vida. Mais pessoas de uma mesma casa estão procurando emprego para complementar o orçamento do lar. 

O rendimento real dos trabalhadores foi de R$ 2.242,90 em janeiro nas seis regiões metropolitanas, queda de 1,3% na comparação a dezembro de 2015 e de 7,4% frente ao mesmo mês do ano passado. 

CONSTRUÇÃO E INDÚSTRIA

A indústria dispensou 298 mil trabalhadores em janeiro, em relação a janeiro de 2015. A queda no total ocupado na atividade foi de 8,5% no período de um ano, segundo os dados da Pesquisa Mensal de Emprego divulgados pelo IBGE. A construção fechou 38 mil vagas no período. As duas atividades foram as que registraram as maiores quedas no rendimento médio real dos trabalhadores. Os empregados da indústria estão recebendo 8,8% menos do que no ano anterior, enquanto os da construção tiveram perda de 10,1% na renda. “A indústria e a construção foram setores que demitiram bastante em 2015. Pode ser que tenham sido demitidas pessoas com rendimentos maiores e que ficaram as pessoas com rendimentos menores”, lembrou Adriana Beringuy, técnica da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE.

Fonte: Folha de Londrina