Não é só em Curitiba que a resolução do Tribunal Superior Eleitoral exigindo que os partidos tenham diretórios municipais constituídos para lançar candidatos a prefeito pode afetar significativamente a disputa deste ano. No Paraná, a exigência pode inviabilizar a eleição em um terço das cidades do Estado. Isso porque, segundo estudo do cientista político Humberto Dantas, professor do Insper e da Fundação Escola de Sociologia e Política de São Paulo (FESPSP), 30,3% dos municípios paranaenses não têm diretório de nenhuma ou de apenas uma legenda.

Em todo o País, 24% das cidades estão na mesma situação. Além do Paraná, em outros estados a situação é ainda mais preocupante. São eles Roraima, onde 60% das cidades contam com apenas um ou nenhum diretório, Pernambuco (44,3%), Alagoas (44,1%), Goiás (41,4%), Bahia (39,8%), Paraíba (36,8%), Pará (34%), e Tocantins (30%).

Candidaturas de expressão seriam barradas, caso a exigência seja mantida. São os casos de Celso Russomanno (PRB) em São Paulo, de Pedro Paulo (PMDB), provável candidato à sucessão de Eduardo Paes (PMDB) no Rio, e das candidaturas de reeleição de Geraldo Julio (PSB) no Recife e de ACM Neto (DEM) em Salvador.

Na semana que vem, o TSE deve se pronunciar oficialmente sobre a consulta feita por 20 partidos em relação ao tema. O ministro Henrique Neves da Silva, relator do caso, pediu à Procuradoria-Geral Eleitoral um parecer sobre a reclamação das legendas.

Fonte: Fetraconspar