Doença acomete principalmente pessoas mais velhas, mas um número cada vez maior de jovens também sofre

Considerada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) como o “mal do século 21”, a depressão faz cada vez mais vítimas no Paraná. Segundo levantamento feito com base nos dados do sistema de mortalidade do Datasus, entre 2003 e 2013, o número de mortes relacionadas com a doença cresceu 17,3%, levando-se em consideração os suicídios e outros problemas decorrentes da depressão.

Os dados do Ministério da Saúde revelam que, em 2003, 606 pessoas morreram por alguma causa associada à depressão. Em 2013 — último dado disponível — esse número saltou para 711. Considerando somemte o número de suicídios de pessoas com depressão, houve aumento de 10,45%, com o número de notificações passando de 593 para 655. No caso de outras mortes diretamente relacionadas a episódios depressivos e transtorno depressivo recorrente — como a pessoa depressiva deixar de comer e morrer de inanição —, o aumento foi de 330,8%, passando de 13 óbitos em 2003 para 56 onze anos depois.

Há de se destacar ainda o fato de que o Paraná é um dos estados com maior número de registros no País. Nos casos de episódios depressivos e transtorno depressivo recorrente, aparece em 3º, com 384 notificações entre 2003 e 2013. Apenas São Paulo (561) e Minas Gerais (439) tiveram mais ocorrências. Já nos casos de suicídio, o Paraná aparece em 4º. Com 6.872 registros, o estado fica atrás de São Paulo (20.290), Rio Grande do Sul (12.092) e Minas Gerais (11.854) no período.

Para a psicóloga Raphaela Ropelato, do Hospital Vita, o aumento de suicídios e de mortes associadas à depressão está relacionado com dois fatores. O primeiro deles é o aumento da notificação, já que hoje há maior procura por atendimento médico, uma vez que o problema vem ganhando maior evidência nos últimos anos. Outro é um crescimento de casos do transtorno, principalmente nos grandes centros (casos de Curitiba e Londrina, campeãs em notificações no estado), por conta de fatores externos como o estresse.

“A gente vive um mundo cada vez mais difícil, em que as pessoas sofrem com uma pressão muito grande por expectativas, e a própria sociedade impõe isso. Muitas vezes essas pessoas não sabem como agir diante das dificuldades e acabam cedendo. E há também a questão do isolamento social”, afirma.

Fonte: Bem Paraná