tamanho-para-siteCombatida pelo movimento sindical e vários outros setores da sociedade, a Reforma Trabalhista representa vários riscos à integridade física e mental do trabalhador. Aprovada para aumentar o lucro dos empregadores, a nova Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) permite que negociações coletivas alterem regras fundamentais para manter a saúde no ambiente de trabalho.

A possibilidade do cumprimento de 12 horas de trabalho seguidas, mesmo em ambientes insalubres, é um dos retrocessos mais graves impostos pela reforma. Isso porque a delimitação da jornada em oito horas diárias serve para garantir que o trabalhador seja submetido a carga de trabalho minimamente compatível com os limites do corpo humano.

Com as regras atuais, os trabalhadores ficarão sobrecarregados e pressionados, cenário que tende a aumentar os casos de acidentes de trabalho e afastamentos. Além disso, já está comprovado pelos estudiosos da medicina e da segurança do trabalho que a duração da jornada está diretamente ligada à saúde mental do empregado.

Como se não bastasse esse grande retrocesso, a reforma também permitiu a redução do intervalo mínimo de descanso para 30 minutos. Novamente, os empregadores colocam como ponto de negociação um direito que não deveria ser modificado em nenhuma hipótese. De acordo com os especialistas em saúde do trabalhador, quanto menor o tempo de intervalo, maior é o risco de adoecimento ocupacional.

A ganância das empresas não poupou nem mesmo as trabalhadoras grávidas. Depois da reforma, a gestante e a lactante – mulher em período de amamentação – poderão trabalhar em ambientes insalubres. Para isso, basta que a empresa consiga um atestado médico garantindo que não haverá riscos para a mulher e o bebê.

Para o presidente do Sindeesmat, Agisberto Rodrigues Ferreira Junior, o desrespeito à saúde do trabalhador é uma das piores facetas da Reforma Trabalhista. “Essas mudanças deixaram claro que os patrões menosprezam a saúde dos empregados em nome do lucro. Por isso, os trabalhadores precisam, mais do que nunca, lutar por melhores condições de trabalho”, defende.

Fonte Sindeesmat